Presidente da Câmara diz que prefeito eleito quer que institutos se instalem no Calçadão; Executivo tentava permuta com imóvel na zona sul
Nem assumiu e o prefeito eleito Tiago Amaral (PSD) já obteve uma vitória na Câmara Municipal, onde terá a maioria da base a partir da próxima legislatura, e por consequência impondo uma derrota à atual gestão de Marcelo Belinati (PP).
Após terem aprovado por ampla maioria (17 a 2) em primeiro turno o projeto de lei do Executivo que visava obter autorização legislativa para desafetar uma área pública de uso comum e permutá-la por um imóvel particular, com o objetivo de instalar o Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel) e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), os vereadores voltaram atrás e vetaram a proposta em segunda discussão. Foram oito votos favoráveis e 11 contrários, em sessão realizada nesta quinta-feira (28), o que levará ao arquivamento do projeto.
O presidente da Câmara, Emanoel Gomes (Republicanos), trouxe o posicionamento de Tiago para a sessão. O parlamentar afirmou que conversou diretamente com o prefeito eleito, que indicou que pretende levar a sede dos dois órgãos municipais para o centro de Londrina, especificamente ao Calçadão, para ficar mais perto “dos que precisam dos serviços prestados”.
As duas áreas propostas estão localizadas na mesma quadra da Avenida Waldemar Spranger, no Parque Residencial Alcântara (zona sul). A área pública, denominada “Área A1”, possui 3.265,004 m². Em contrapartida, o imóvel particular oferecido para permuta possui 1.047,15 m² de terreno, 2.018,20 m² de área construída, e um valor de mercado que inclui um novo elevador em instalação. Se tivesse sido aprovado, a diferença no valor entre os imóveis seria compensada pelo pagamento parcelado de R$ 595.000,00 pelo proprietário privado ao município. Atualmente, a Codel está instalada num imóvel localizado na Avenida Adhemar de Barros, no Jardim Bela Suíça, enquanto o Ippul fica num prédio na Avenida Castello Branco.
A justificativa para o projeto destacava a necessidade do Município em obter um imóvel edificado para abrigar os dois institutos, reduzindo custos com aluguéis, que atualmente somam R$ 300.000,00 anuais, e solucionando problemas de espaço e mudanças constantes que afetam especialmente o Codel. O imóvel atualmente ocupado pelo Instituto de Desenvolvimento de Londrina exige reforma e foi solicitado para desocupação pelo proprietário, tornando inviável sua permanência. A permuta havia sido apresentada como uma alternativa econômica para a prefeitura, já que construir novas instalações demandaria tempo e recursos financeiros adicionais.
Inicialmente, o projeto havia sido aprovado em primeira discussão com 17 votos favoráveis e dois contrários. A segunda discussão deveria ter ocorrido na última terça-feira (19), porém, o tema foi retirado de pauta a pedido do líder de Belinati na Câmara, vereador Eduardo Tominaga (PP), que disse que a equipe de transição ao novo governo municipal pediu tempo para analisar a proposta.
O que dizem os vereadores
Na sessão desta quinta-feira, Tominaga chamou a situação de “embate de ordem política”, afirmando que o projeto de lei não tem problemas técnicos, e sim, divergências entre a gestão atual e a próxima. O parlamentar disse que solicitou a vinda da equipe de Tiago Amaral à Câmara de Londrina para discutirem o projeto.
Tominaga pediu que a votação seguisse em pauta, mesmo que os vereadores se mostrassem contrários à proposição. Como as partes envolvidas têm um grande gasto com aluguel, “o que a gente precisa fazer agora é liberá-los, seja aprovando o projeto de lei para eles se mudarem, ou não aprovando, para que eles possam procurar outro lugar. Neste momento mantemos o projeto em votação para poder liberar a todos, inclusive para a próxima gestão começar a pensar em como abrigar Codel e Ippul”, declarou o progressista.
Sonia Gimenez (PSB) concordou com a fala de Tominaga, afirmando que a possibilidade de permutar um terreno “sem uso algum” por um espaço que comporte o Codel e Ippul traria economia ao município, além de garantir melhores condições para atender a população.
Em seu pronunciamento, Nantes (PL) concordou com o pedido de Amaral de retirar o projeto de pauta, para que a próxima gestão da Câmara avalie com profundidade, “tranquilidade e tempo” a proposição. Lu Oliveira (Republicanos) rebateu a fala de Nantes, afirmando que o prefeito de Londrina é Marcelo Belinati até 31 de dezembro, e que Amaral tomará posse somente no ano que vem. “A análise deve ser feita do projeto em si, e não de quem vai assumir o projeto a partir de 1° de janeiro”, disse a parlamentar. (Com informações da Câmara Municipal de Londrina)
Por Heloísa Gonçalves
Na foto: O líder de Belinati na Câmara, Eduardo Tominaga (PP) / Crédito: Fernando Cremonez/CML
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