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Paraná é o 2º estado com mais crimes de estelionato

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Pesquisa estima prejuízo anual, em todo o país, da ordem de R$ 186 bilhões com os mais diversos tipos de golpes financeiros

NÚMEROS

16 casos por hora de crimes de estelionato foram registrados em 2023 no Paraná

145 mil Ocorrências no estado, o que dá uma média de 397 registros por dia

O segundo colocado no ranking nacional dos crimes de estelionato, com mais de 145 mil casos apenas em 2023, uma média de 397 registros por dia ou mais de 16 a cada hora. Números que deixaram o Paraná atrás apenas de São Paulo, que somou impressionantes 750.430 casos no ano passado.

Os dados são do Anuário Brasileiro da Segurança Pública e mostram ainda que, entre 2022 e 2023, o famoso crime do artigo 171 do Código Penal creceu 2,4% aqui no estado. O levantamento é elaborado a partir das estatísticas enviadas pelas secretarias de segurança pública dos estados e do Distrito Federal.

Mas é na internet, com a digitalização dos serviços bancários e a consolidação do comércio eletrônico, que os criminosos abusam da criatividade e “investem”, cada vez mais, em novos golpes. No caso dos chamados estelionatos eletrônicos, o aumento, em apenas um ano, passou de 22%, de 5.738 registros em 2022, para 7.029 casos no ano passado no Paraná. 

Nos dicionários, o crime de estelionato é definido como o ato de obter lucro ou vantagem patrimonial ilícita se utilizando de algum tipo de fraude e causando prejuízo a terceiros. Pode ser a venda de um bem de outra pessoa, como se fosse próprio, um pagamento com o antigo cheque sem fundo ou ainda a promessa de fazer a tão sonhada festa de casamento e sumir com o dinheiro dos noivos. Foi o que aconteceu com, aproximadamente, 70 casais de Londrina, Maringá e outras cidades da região, que dizem ter sido enganados por uma empresa de eventos. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

E tem ainda o golpe do delivery, quando o cartão da pessoa é clonado na hora de pagar a conta na maquininha. Outro bem conhecido e que, apesar disso ainda faz vítimas, nesse caso no mundo virtual, é o golpe do WhatsApp, quando o criminoso manda uma mensagem de texto e finge ser um parente ou amigo para pedir dinheiro emprestado.

A reportagem procurou o delegado Edgard Soriani, responsável pela delegacia de estelionatos em Londrina, mas foi informada de que ele está em férias. 

Golpe do casamento faz vítimas na região

A Polícia Civil investiga um possível golpe praticado por uma empresa de eventos sediada em Maringá. Cerca de 70 casais de Londrina e cidades da região registrou boletim de ocorrência. Segundo a polícia, a maioria dos relatos é de casais que chegaram a dar uma entrada como parte do pagamento pela realização da festa de casamento e que não obtiveram mais retorno ou qualquer tipo de contato por parte da contratada. As vítimas informaram que a empresa oferecia toda a estrutura para a realização da festa com valores abaixo do praticado no mercado. Há registros de que o golpe também tenha ocorrido em Maringá e Paranavaí. Somente em Londrina e Maringá, a Polícia Civil registrou mais de 130 boletins de ocorrência, segundo reportagem da Folha de Londrina.

 

Atendente virtual falsa

Como a criatividade dos bandidos é a alma desse “negócio”, as novidades não param. Uma das mais recentes é o golpe da falsa central de atendimento bancário, informando, por mensagem de texto ou até gravação com uma suposta atendente virtual, sobre uma compra não autorizada em nome da vítima. Nesse caso, o pedido é para que a pessoa clique em um link se não reconhecer a compra. E é aí que mora o perigo. Esse clique vai implantar um vírus no computador ou celular, e com isso roubar dados e até tentar acessar o aplicativo do banco.

Por isso, no caso da internet, a primeira orientação é nunca clicar em links de origem desconhecida, mesmo quando enviados por pessoas próximas. A senha também é um segredo para guardar a sete chaves. Portanto, busque escolher senhas fortes e originais, sem repetições.

Golpe do Pix errado

Essa também é uma das novidades no mundo dos golpes virtuais. O primeiro passo dos fraudadores é fazer uma transferência para a conta da vítima. Como parte das chaves Pix é de números de celular, o golpista não tem dificuldade em conseguir um contato e fazer o depósito. É aí que começa o golpe. Logo após a transferência, o criminoso manda uma mensagem, ou faz uma ligação, tentando convencer a pessoa de que fez o depósito por engano e pede a devolução do valor. Como o dinheiro realmente está na conta, a vítima acaba devolvendo o pix. O problema é que o golpista pede que o depósito seja feito em uma conta diferente.

Estorno

O prejuízo acontece porque, em paralelo ao trabalho de convencimento da vítima, o golpista usa uma ferramenta criada, justamente, para coibir os golpes, o chamado Mecanismo Especial de Devolução (Med). Desenvolvido para facilitar os estornos em caso de fraudes, os criminosos se utilizam do procedimento alegando que foram enganados pela pessoa que, na verdade, é a vítima. É assim que o golpista, que já tinha recebido o dinheiro de volta via banco, consegue mais uma devolução do mesmo valor.

Botão “devolver”

O Banco Central orienta que a pessoa acesse a transação a ser devolvida no aplicativo do banco e faça o estorno da transação para a conta que realmente originou o Pix inicial, basta acessar a opção “devolver”. Não é preciso fazer outra transferência.

Quando a esmola é muita, o santo desconfia!

No caso das compras online, a principal dica é desconfiar, sempre, de promoções muito vantajosas, já que o furto de dados pessoais para fraudes na internet pode começar justamente numa dessas tentadoras liquidações que acabam te levando para um site falso ou algo do tipo.

Golpe do boleto falso

Outra dica: sempre confira os dados de todos os boletos. As quadrilhas também estão se especializando em simular documentos falsos para conseguir roubar dinheiro das vítimas. Os especialistas garantem que, quase sempre, o maior atrativo de qualquer tipo de golpe, são as muitas vantagens oferecidas pelos criminosos. Por isso, a principal orientação para evitar dor de cabeça é desconfiar de tudo.

Pesquisa aponta 4.600 tentativas de golpe por hora

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha, no início desta semana, mostrou que os brasileiros sofrem 4.600 tentativas de golpes financeiros por hora, seja em aplicativos de mensagens ou ligações, normalmente com os criminosos se passando por funcionários de bancos.

O levantamento também mostrou que cerca de 2.500 brasileiros, a cada 60 minutos, faz compras na internet, mas não recebe o produto, e outras 1.680 têm o celular furtado ou roubado: uma das principais “portas de entrada” dos criminosos virtuais na vida financeira das pessoas.

Só 30% vão à delegacia

A pesquisa do Datafolha divulgada nesta semana revelou também que a quantidade de golpes deve ser bem maior, já que apenas 30% dos entrevistados que afirmaram ter sido vítimas de golpes, do Pix ou do boleto falso, por exemplo, registraram o Boletim de Ocorrência e pouco mais da metade dos que tiveram o celular furtado ou roubado disseram ter feito o B.O.

A pesquisa estima ainda que os golpes financeiros aplicados via pix e boletos falsos trazem um prejuízo financeiro aos brasileiros de mais de R$ 25 bilhões em apenas 12 meses. Já os roubos e furtos de celular causaram um prejuízo estimado em quase R$ 23 bilhões no mesmo período. No total, os 13 tipos de golpes mostrados pelo Datafolha na pesquisa provocaram um prejuízo de R$ 186 bilhões à população nos últimos doze meses.

Confira algumas dicas para tentar não cair em golpes.

1. Cuidado com os dados pessoais

O Brasil é o 6º país com mais vazamento de dados, por isso não compartilhe seu CPF, endereço, número de cartão, nome ou telefone, principalmente, com desconhecidos. Apesar de ser um problema de difícil controle, você pode tomar alguns cuidados no dia a dia. O primeiro deles é não entregar suas informações pessoais para qualquer site ou aplicativo. Outra dica é apagar os seus dados das principais redes sociais, as grandes causadoras desse compartilhamento indevido de informações e evitar cadastrar seus dados em novos apps ou redes, principalmente desconhecidas e de pouca confiança.

2. A lei a seu favor

Quando o golpe é causado por falhas na segurança do seu banco, como no caso de empréstimos e transferências via aplicativo, o Código de Defesa do Consumidor determina que as instituições financeiras têm o dever de proteger seu dinheiro e você não pode ficar no prejuízo.

3. Desconfie sempre e mantenha a calma

Outra dica, talvez a mais importante, é desconfiar de tudo e de todos. Tenha muito cuidado ao receber algum produto ou presente em casa pelo delivery e ao receber ligações e mensagens de WhatsApp, por exemplo. Sempre desconfie e só continue com qualquer operação, se tiver certeza absoluta de que não se trata de um golpe.

Por Marcos Garrido

Foto:Divulgação

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