O fim de uma “era” na Assembleia
Alexandre Curi (PSD) assume a presidência em 2025 após 10 anos de comando de Ademar Traiano (PSD)
No primeiro discurso como presidente eleito, por unanimidade, da Assembleia Legislativa do Paraná, na última segunda-feira (12), o deputado estadual Alexandre Curi (PSD) falou em inovação e Inteligência Artificial e disse que a Casa vai criar mais mecanismos para aumentar a transparência e a austeridade com os recursos públicos.
“Vamos continuar sendo a única Assembleia do Brasil que devolve 30% do seu orçamento ao Poder Executivo. São R$ 450 milhões todos os anos em recursos sendo aplicados em programas que ajudam a melhorar a vida dos paranaenses. Queremos trazer a inteligência artificial para dentro da Assembleia, para otimizar, desburocratizar e facilitar o protocolo de projetos de lei. Nosso desafio é dar continuidade a este trabalho”.
O mandato de Curi, que vai substituir Ademar Traiano (PSD), presidente da Casa nos últimos dez anos, começa em fevereiro de 2025 e vai até 31 de janeiro de 2027. Flávia Francischini (União Brasil) foi eleita primeira vice-presidente (pela primeira vez na história da Casa), o deputado Gugu Bueno (PSD) é o novo primeiro-secretário e a deputada Maria Victoria (PP) permanece na Segunda Secretaria.
Completam a Mesa Diretora o deputado Delegado Jacovós (PL), como segundo vice-presidente, e o deputado Moacyr Fadel (PSD), como terceiro vice-presidente. A terceira secretaria fica sob o comando do deputado Requião Filho (PT), seguido pelo deputado Alexandre Amaro (Republicanos), que permanece como quarto-secretário, e pelo deputado Goura (PDT), que será o quinto-secretário.
Alexandre Curi iniciou a carreira política acompanhando o avô e ex-presidente do Poder Legislativo paranaense, Aníbal Khury, aos 16 anos. Em 2000, elegeu-se vereador de Curitiba, à época o mais jovem entre todas as capitais brasileiras, e em 2002, assumiu, pela primeira vez, uma cadeira no Legislativo estadual. Curi está em seu sexto mandato na Assembleia Legislativa.
2026 é logo ali
Embora o foco seja as eleições municipais deste ano, é claro que as articulações visando o pleito majoritário de 2026 estão a todo vapor. Até porque uma coisa está relacionada a outra. Como o Paraná Norte destacou na edição passada, o governador Ratinho Jr. (PSD) entrou de cabeça na eleição de 2024 nas maiores cidades com o objetivo de “medir a febre” de uma possível candidatura à Presidência daqui a dois anos.
Mudança de partido?
O que se comenta nos corredores do Palácio Iguaçu e da Assembleia Legislativa é que Ratinho Jr. pode até migrar para o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, ou o Republicanos, a fim de pavimentar sua candidatura ao Planalto em 2026, com apoio de Bolsonaro. O movimento pode ganhar força se o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mantiver a disposição de tentar a reeleição. E dizem que ele já comunicou isso a Bolsonaro.
A bola da vez
No plano estadual, por ora o candidato do governador para sucedê-lo no Palácio Iguaçu é o futuro presidente da Assembleia, Alexandre Curi (PSD). O partido estaria disposto a viabilizar o nome do prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), como vice para turbinar a candidatura na capital, maior colégio eleitoral do Paraná. Já o senador Sergio Moro (União Brasil) não esconde de ninguém que também está de olho na cadeira de Ratinho Jr.
Ataques…
A campanha eleitoral em Londrina começa de fato no próximo dia 16, mas nas redes sociais a guerra está só começando. O principal embate está sendo travado entre Barbosa Neto (PDT) e Tiago Amaral (PSD). O ex-prefeito tem mirado sua artilharia para o deputado, relembrando votações na AL “contra os trabalhadores” e até vinculando Amaral a casos de corrupção na gestão Beto Richa (PSDB).
… e contra-ataques
A campanha de Tiago Amaral contra-ataca reproduzindo reportagens de veículos de imprensa que mostram decisões judiciais de condenação de Barbosa Neto por supostos atos ilícitos cometidos na época em que o pedetista foi prefeito de Londrina (2009 a 2012). Cassado pela Câmara Municipal em 2012, Barbosa sempre diz que “nunca fui condenado” e que sua saída da Prefeitura não passou de “armação política”.
Belinati no ringue
Adversários da professora Maria Tereza (PP) dão como certo que o prefeito Marcelo Belinati (PP) vai se licenciar do cargo em 1º de setembro para entrar de vez na campanha de sua candidata. Será?
Pesquisa aponta 2º turno em Londrina
A primeira pesquisa de intenção de voto para a Prefeitura de Londrina após a realização das convenções partidárias confirmou a tendência de segundo turno na cidade. A disputa está acirrada. Segundo os números do Instituto Multicultural/Folha de Londrina/Paiquerê 91,7, divulgados na quinta-feira (15), Tiago Amaral (PSD) tem 22,9%, seguido por Professora Maria Tereza (PP), com 16,9%. Barbosa Neto (PDT) vem a seguir, com 13,5%, enquanto Tercilio Turini (MDB) tem 12%, Coronel Villa (PSDB), 10,2%, Diego Garcia (Republicanos), 1,9%, e Isabel Diniz (PT), 1,5%. Os indecisos somam 12,8%, contra 8,3% que disseram que votarão em branco ou nulo. Foram entrevistados 1.064 londrinenses entre os dias 10 e 12 de agosto. O nível de confiança é estimado em 95%, com margem de erro de 3%. A pesquisa está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob protocolo nº PR-04100/2024.
Amaral e Tereza sobem
Na comparação com a mesma pesquisa divulgada em maio, ainda no período de pré-campanha, apenas Tiago Amaral e Professora Maria Tereza oscilaram para cima, considerando a margem de erro de 3%. O candidato do PSD tinha 18,8%, contra 15,6% da concorrente do PP. Os demais caíram: Barbosa Neto largou com 16,9%, Tercilio Turini tinha 13,8%, Coronel Villa, 13,1%, Diego Garcia, 2,5%, e Isabel Diniz, 1,8%. O percentual de indecisos mais que dobrou de maio para agosto (passou de 5,6% para 12,8%).
Barbosa é o mais rejeitado
A pesquisa também apontou a rejeição dos candidatos. Barbosa Neto lidera, com 33,5%. Na sequência vêm Isabel Diniz (11,7%), Tiago Amaral (7,5%), Professora Maria Tereza (3,4%), Coronel Villa (2,6%), Tercilio Turini (1,9%) e Diego Garcia (1,5%).
Aprovação recorde
O levantamento do Multicultural/Folha de Londrina/Paiquerê 91,7 também ouviu os eleitores sobre a gestão do prefeito Marcelo Belinati (PP), governador Ratinho Jr. (PSD) e presidente Lula (PT). Belinati teve sua maior aprovação desde 2017, quando o instituto começou a avaliar o desempenho do prefeito: 75,9%. Outros 17,3% disseram reprovar a gestão, e 6,8% não souberam responder. A aprovação de Ratinho Jr. é de 68%, com 21,1% de reprovação e 10,9% não sabendo responder. Lula é reprovado por 61,3% dos entrevistados, enquanto 28,2% o aprovam e 10,5% não souberam responder.
Polêmica em Cambé
Depois de Londrina, foi a vez de Cambé ter seu primeiro debate entre os candidatos a prefeito, na última quarta-feira (14), com transmissão da TV Tarobá. Seguindo a tradição da emissora, o debate começou por volta das 22h30 e foi dividido em três blocos, com os candidatos respondendo perguntas entre si e dos jornalistas do grupo. Para quem esperava um debate quente, numa noite fria de inverno, não foi exatamente o que aconteceu. Mas, teve polêmica antes mesmo do debate.
Só três candidatos
Apenas o atual prefeito, Conrado Scheller (PSD), Jorge Teodoro (PV) e Vermelho da Rádio (PP) participaram do debate. O candidato do PDT, Alcides Alexandrino, informou à emissora que já tinha compromissos agendados anteriormente e que por conta disso não poderia participar.
“Desconvidado”
À coluna PANORAMA, o outro ausente, Paulo Soares (PV), falou em “absurdo” e “vergonha” e disse que foi “desconvidado”. O candidato encaminhou a tela de uma conversa por aplicativo de mensagem, do dia 22 de julho, com o convite feito por uma profissional da emissora e a confirmação dele de que tinha interesse em participar. Na abertura do debate, o apresentador Fernando Brevilheri citou o artigo 46 da Lei das Eleições, que assegura a participação apenas de candidatas e candidatos de partidos que tenham, no mínimo, cinco parlamentares no Congresso Nacional, sendo facultada à emissora a presença dos demais.
Regras
Paulo Soares (PV) alega que a justificativa da Tarobá para a ausência dele no debate não valeu para outras cidades, como disse o apresentador. “Esse argumento é esdrúxulo. Porque, em São Paulo, a Band convidou o candidato Pablo Marçal, do PRTB, que não tem nenhum parlamentar no Congresso”. Na capital paulista, o debate foi realizado na quinta-feira da semana passada.
O que diz a TV
À coluna PANORAMA, a emissora informou que Paulo Soares foi apenas sondado se teria interesse em participar e que na época da consulta o debate ainda nem tinha sido definido. Segundo a Tarobá, a mesma regra de participação apenas dos candidatos com cinco ou mais representantes no Congresso também valeu para o debate realizado em Londrina, na semana passada.
Sem debates
Aliás, para quem achou morno também o primeiro debate entre os candidatos a prefeito de Londrina pode ficar ainda mais frustrado. As assessorias das coligações têm sido informadas de que outras emissoras de rádio e TV da cidade não pretendem realizar debates. A Tarobá ainda não confirmou se ainda fará uma nova rodada antes do primeiro turno, marcado para 6 de outubro.
Assédio eleitoral no trabalho
Depois do recorde de mais de 3.500 denúncias de assédio eleitoral no trabalho nas eleições de 2022, a Justiça Eleitoral e o Ministério Público do Trabalho vêm se preparando para uma nova enxurrada de casos no pleito deste ano. Além de seminários e reuniões em sindicatos e outras instituições para debater o assunto, no fim de junho, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), Ministério Público do Trabalho no Paraná, Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR) e outras entidades envolvidas com o tema assinaram um acordo de cooperação técnica para prevenir e reprimir esses casos no ambiente laboral.
Demissão da vice do MDB
Os dados da última eleição mostram que o Paraná foi o estado da região Sul com o maior número de denúncias de assédio eleitoral no trabalho: 282 casos contra 200 empresas.
E a primeira denúncia deste pleito em Londrina, pelo menos até onde se sabe, não foi feita por um eleitor, como na maioria dos casos, mas por um partido político, o MDB. De acordo com a legenda, a professora Mariana Grotti foi demitida da escola particular onde trabalhava, há mais de sete anos, poucos dias após a convenção da sigla a indicar como candidata vice-prefeita na chapa do deputado estadual Tercílio Turini.
A critério da candidata
Turini chegou a usar o plenário da Assembleia Legislativa para dizer que a demissão da professora configurava crime de assédio eleitoral. A coluna PANORAMA apurou que, até a última quinta-feira (15), nenhuma denúncia de assédio eleitoral sobre o caso tinha sido feita à Justiça. O MDB optou por deixar a questão a critério de Mariana Grotti.
Violência contra a mulher
A cada dois minutos e meio, um caso de violência contra a mulher foi registrado no Paraná, entre janeiro de 2020 e junho de 2024, com a capital do estado sendo responsável por cerca de 16% (155 mil) dos mais de 940 mil boletins de ocorrência registrados no período. Em números absolutos, aparecem na sequência desse ranking da violência contra as mulheres Londrina, com 48.678 casos; Ponta Grossa, com 34.429; Maringá, que teve 31.600 registros e Cascavel, com 31.574.
Litoral tem maiores taxas
Quando se analisa o número de casos a cada mil mulheres, o Paraná somou 161,3 registros de violência nos últimos quatro anos e meio, e Curitiba totalizou 165,6 casos. Os três municípios com as maiores taxas, por mil mulheres, ficam no litoral do estado: Pontal do Paraná (com taxa de 353,4 ocorrências); Matinhos (taxa de 348,1); e Guaratuba (com 300,9 registros para cada 1 mil mulheres). O levantamento foi realizado pelo site Bem Paraná.
Irmão milionário
O irmão do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e candidato à Prefeitura de Diamantino (MT), Chico Mendes (União Brasil), declarou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio de mais de R$ 56 milhões. Entre os bens declarados pelo irmão de Gilmar Mendes ao TSE, o de maior valor é a metade de uma propriedade rural, de mais 1.000 hectares, na própria cidade, avaliada em aproximadamente R$ 9 milhões. É a terceira vez que o irmão do ministro do STF, que recebeu apoio público do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenta se eleger prefeito da pequena cidade de menos de 22 mil habitantes. As informações são da coluna do jornalista Igor Gadelha, do Portal Metrópoles.
Por Diego Prazeres e Marcos Garrido
Foto:Orlando Kissner/Alep
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no X(abre em nova janela)
- Mais
- Clique para enviar um link por e-mail para um amigo(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Mastodon(abre em nova janela)