Concessionária que administra o terminal confirma inauguração das obras para novembro, mas algumas novidades serão entregues no fim deste mês
Com mais de 70% das obras já executadas, a reforma do Aeroporto Governador José Richa, de Londrina, entra na reta final. E o primeiro espaço a ser inaugurado, já no fim de agosto, é a nova sala de embarque. Com a revitalização e ampliação de vários espaços e estruturas, que representam mais de R$ 180 milhões em investimentos pela CCR Aeroportos, o terminal vai passar de 8.500 m² para mais de 11.500 m² e terá sua capacidade ampliada em cerca de 40%, dos atuais 2,4 milhões de passageiros/ano, para, aproximadamente, 3,5 milhões/ano.
Uma das novidades, aguardada há muito tempo pelo londrinenses, serão os dois fingers (espécie de ponte coberta que leva os passageiros do terminal à aeronave), que vão funcionar na nova sala de embarque construída no piso superior. Além disso, o aeroporto vai ter mais uma sala no piso inferior, que também poderá ser usada em caso de mais de dois embarques simultâneos.
Já na sala de desembarque do terminal, serão instaladas novas esteiras de bagagem e mais quatro elevadores. O atual pátio onde ficam os aviões comerciais, que também está recebendo uma série de melhorias, vai se transformar numa área exclusiva para a chamada aviação executiva.
Pista ampliada
Na área externa, além da ampliação da pista em 150 metros, uma novela que começou ainda durante a administração da Infraero e envolveu um processo complicado de desapropriações e outros problemas, o aeroporto vai ganhar um novo sistema de iluminação e algumas adequações nas chamadas áreas de segurança, que ficam nas duas cabeceiras, e nas pistas de taxiamento das aeronaves.
Com mais de duas décadas de experiência na área, o novo gerente do Aeroporto de Londrina, Juliano Duarte – que assumiu há apenas dois meses -, garantiu, em entrevista exclusiva ao Paraná Norte, que o terminal vai ficar com uma “nova cara, muito mais moderna e confortável”. “Trabalho na área há 24 anos e posso dizer que o passageiro vai sentir a mudança, nos equipamentos, na acessibilidade, nos novos conjuntos de sanitários e na sala de embarque bem mais ampla, entre outras novidades. Vai ser um aeroporto à altura da cidade, moderno e confortável”, diz Duarte.
NÚMEROS
11.500 m²
Terá o novo terminal do aeroporto, que atualmente tem 8.500 m² de área
R$ 180 milhões
É o valor investido pela CCR Aeroportos na reforma do terminal de Londrina
“Mini shopping”
Com as mudanças terminal aéreo, a área onde hoje ficam o check-in e o embarque vai ganhar um mini shopping. O Aeroporto José Richa, que hoje tem cerca de dez estabelecimentos, entre restaurantes, lanchonetes, locadora de veículos e outros, deve dobrar esse número. “Teremos um mix bem mais completo. Estamos finalizando a prospecção de novos parceiros, já entramos na fase de negociação e temos, inclusive, alguns contratos bem avançados com marcas fortes e consagradas, explica o gerente do terminal, Juliano Duarte.
Ele diz ainda que em algumas áreas, como a nova sala de embarque, a obra está bem mais adiantada e o espaço será entregue antes mesmo da inauguração oficial em novembro, quando deve ser realizada uma solenidade para marcar o fim da reforma. “No total, temos mais de 72% de todos os serviços executados. Mas, em algumas frentes, já chegamos a 85%”.
Busca por mais voos
Depois da inauguração, e com a capacidade ampliada em mais de 40%, o aeroporto londrinense passará por uma outra etapa, a prospecção de novos voos. “Esse não é um papel exclusivo nosso, precisamos do apoio do setor do turismo, dos governos e, claro, das companhias aéreas”, afirma o gerente do terminal, Juliano Duarte. Hoje, segundo a CCR, que administra o aeroporto, o terminal tem cerca de 800 partidas e chegadas mensais.
Estrutura para o ILS garantida
Outra “novidade” muito aguardada pelos londrinenses é a instalação do chamado ILS, sigla em inglês para “Instrument Landing System”, que em português significa Sistema de Pouso por Instrumentos. O equipamento, que permite o pouso de aeronaves em condições meteorológicas de baixa visibilidade, já teve sua compra confirmada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo, órgão da Aeronáutica. O ILS custa em torno de R$ 20 milhões e deve ser instalado no terminal, segundo a Prefeitura, no fim do ano que vem.
O gerente do aeroporto, Juliano Duarte, diz que, quando a reforma e ampliação for finalizada, em novembro, o local onde será instalado o ILS já estará totalmente pronto. “O equipamento já está em processo de aquisição e nós estamos preparando o espaço, com toda a infraestrutura necessária. Quando o ILS for adquirido, é só chegar e instalar”. Junto com o ILS, o aeroporto vai receber o ALS, um Sistema de luzes coloridas piscantes que também auxilia os pilotos durante a aproximação e aterrisagem.
Gigante do setor
A CCR Aeroportos opera 20 terminais, em quatro países, que movimentam mais de 40 milhões de passageiros/ano. No Brasil, além de Londrina, são outros 16 aeroportos, entre eles os de Curitiba e Foz do Iguaçu, Goiânia, o Internacional de Belo Horizonte e o de Joinville. No exterior, a empresa opera os terminais de Juan Santamaria (Costa Rica), Quito (Equador) e Curaçao (Antilhas Holandesas).
A história do aeroporto
1949
A história do Aeroporto de Londrina começa em 1949, quando foi erguida uma casa de madeira no local onde hoje funciona o atual terminal.
1956
Em 8 de abril de 1956 é inaugurada a estação de passageiros do Aeroporto Governador José Richa, pelo então prefeito Antônio Fernandes Sobrinho. Em uma época de desenvolvimento acelerado da cidade, o terminal londrinense começou a se consolidar como um dos mais movimentados do país.
1958
Em 1958, o Aeroporto de Londrina chegou à terceira posição entre os mais movimentados do Brasil, superado apenas pelos terminais de Congonhas, em São Paulo, e pelo Santos Dumont no Rio de Janeiro.
1959
Em julho de 1959, o movimento médio diário do terminal londrinense teve seu pico, superando 125 operações entre pousos e decolagens da aviação regular, particular e táxis aéreos.
1962
O movimento intenso no aeroporto se manteve até 1962, quando o terminal registrou números expressivos: 49 mil pousos e decolagens e um movimento de 250 mil passageiros.
1963
No ano seguinte, já sofrendo os efeitos da crise do café, o aeroporto perdeu passageiros e caiu para a 11ª posição no país.
1980
Em 1980, a administração do aeródromo passou para a Infraero e o terminal recebeu inúmeras mudanças, com destaque para o recapeamento asfáltico da pista.
2000
A primeira grande reforma do Terminal de Passageiros começou no ano 2000 e foi finalizada em 2002, quando o espaço passou a ter mais de 7.000 m², teve o restaurante ampliado e ganhou um auditório. Além disso, foi implantada a torre de controle, com quase 30 metros de altura, o equivalente a um prédio de 9 andares.
2008
No dia 5 de dezembro de 2008, é inaugurado o Terminal de Cargas Internacional do Aeroporto, o TECA, que tinha como principal objetivo agilizar a importação e a exportação de mercadorias.
2012
Em 2012 a Infraero realizou obras de recapeamento e implantação do grooving, ranhuras transversais que funcionam como canaletas e facilitam a drenagem da água da pista e que deixaram as operações de pouso e decolagem do aeroporto muito mais seguras.
2015
Já no ano de 2015, o Aeroporto de Londrina instalou três “conectores” climatizados que faziam a ligação entre as salas de embarque e desembarque e os aviões. O terminal de Londrina foi o quarto aeroporto da Infraero a receber o sistema.
2017
Em 2017, ocorreu a ampliação da área de embarque, de 400 m² para 1,2 mil m², que passou a contar com quatro portões e 400 assentos, além de novos espaços para estabelecimentos comerciais, sanitários e fraldário na área de embarque e no saguão.
2020
No dia 10 de novembro de 2020, o terminal londrinnense recebeu o Certificado Operacional de Aeroporto da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que reconhece a capacidade operacional e seu funcionamento de acordo com parâmetros estabelecidos pelos diversos órgãos da aviação nacional e internacional.
2022
Em março de 2022, a estatal Infraero deixa a administração do terminal, que passa a ser operado por uma empresa privada, a CCR Aeroportos.
Fonte: Infraero
Por Marcos Garrido
Foto:Reprodução AEN
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