G7 se pronuncia sobre crise na Venezuela, guerra na Ucrânia e ‘políticas não mercantis’ da China

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Por Matheus Andrade/Estadão Conteúdo

Foto: Kerstin Joensson/Divulgação

Venezuela

O G7 se diz profundamente preocupado com a atual crise política, econômica e humanitária na Venezuela. Em comunicado publicado após reunião de ministros das Relações Exteriores do grupo, há o apelo à Venezuela para que implemente rapidamente os Acordos de Barbados de Outubro de 2023, com especial atenção às garantias eleitorai e ao envio de missões internacionais de observação eleitoral, a fim de garantir eleições livres e justas.

“Estamos profundamente preocupados com as recentes decisões de impedir os membros da oposição de exercerem os seus direitos políticos fundamentais e com a contínua detenção e perseguição de membros da oposição. Apelamos à libertação imediata dos presos políticos ainda detidos”, aponta o documento.

“Acompanhamos de perto a evolução entre a Venezuela e a Guiana na região de Essequibo e exigimos que a Venezuela se abstenha de iniciativas desestabilizadoras. A questão deve ser resolvida em conformidade com o direito internacional”, diz o G7.

Ucrânia

O grupo também comentou sobre a contínua guerra da Rússia contra a Ucrânia, mostrando preocupação com a retórica e ações nucleares irresponsáveis do país russo, bem como com o avanço contínuo da Coreia do Norte e do Irã nos programas de mísseis nucleares e balísticos. Em comunicado emitido após reunião de ministros das Relações Exteriores do grupo, a visão é de que “estes desenvolvimentos colocam sérios desafios à paz e à segurança internacionais e exigem a nossa determinação unida na defesa dos regimes globais de desarmamento e de não-proliferação”.

Além disso, o G7 condena nos termos mais veementes a crescente cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia, incluindo a exportação pela Coreia do Norte e a aquisição de mísseis balísticos norte-coreanos pela Rússia, bem como a utilização destes mísseis pela Rússia contra a Ucrânia.

“Estamos também profundamente preocupados com a possibilidade de qualquer transferência de tecnologia relacionada com mísseis nucleares ou balísticos para a Coreia do Norte. Reiteramos o nosso compromisso de combater a evasão de sanções e reforçar a aplicação”, afirma o grupo.

China

O G7 também discutiu o fato de as políticas e práticas não mercantis da China estarem conduzindo a um excesso de capacidade prejudicial, que causa prejuízo aos “nossos trabalhadores, as nossas indústrias e a resiliência econômica”. Em comunicado, o grupo das sete economias mais desenvolvidas do mundo diz que uma China em crescimento que cumpra as regras internacionais seria de interesse global. “Não estamos nos dissociando ou nos voltando para dentro”, afirma o documento, publicado após reunião dos ministros das Relações Exteriores do G7.

Reiteramos a importância de garantir condições de concorrência equitativas e um ambiente de negócios transparente, previsível e justo, aponta o G7. “O respeito pelo sistema comercial multilateral baseado em regras e em princípios de mercado tem de ser a marca das nossas relações, para proteger os nossos trabalhadores e empresas de políticas e práticas injustas e não mercantis, incluindo a transferência forçada de tecnologia ou a divulgação ilegítima de dados, que distorcem o economia global e prejudicam a concorrência leal”, diz o documento.

“Protegeremos os nossos trabalhadores e comunidades empresariais de práticas injustas, incluindo aquelas que levam ao excesso de capacidade, criam vulnerabilidades na cadeia de abastecimento e aumentam a exposição à coerção econômica, uma vez que reconhecemos que a resiliência econômica exige redução de riscos e diversificação sempre que necessário”, afirma o grupo.

“Reafirmamos a necessidade de defender os princípios da Carta das Nações Unidas na sua totalidade. A este respeito, apelamos à China para que pressione a Rússia a pôr fim à sua agressão militar. Expressamos a nossa forte preocupação com as transferências para a Rússia provenientes de empresas na China de materiais e componentes de dupla utilização para armas e equipamentos para produção militar”, diz o documento.

O G7 reafirmou a “importância da paz e da estabilidade através do Estreito de Taiwan como indispensáveis para a segurança e a prosperidade de toda a comunidade internacional e apelamos à resolução pacífica das questões através do Estreito”. Além disso, declarou que não há mudança na posição básica dos membros do G7 em relação a Taiwan, incluindo as políticas declaradas para a China.

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