Da Redação
Foto: site Destino Foz
Foi lançado nesta sexta (05), no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, o livro “Santos Dumont nas Cataratas: pretendo mesmo escrever um livro sobre o Iguaçu”, do professor da Unila Dr. Micael Alvino da Silva. A obra conta a passagem do aviador pela região trinacional em 1916.
O lançamento foi promovido pela Urbia Cataratas, ICMBio e EDUNILA. O livro é resultado de uma parceria entre a editora da Unila e o Instituto 100 Fronteiras, com o apoio da Itaipu Binacional e do Fundo Iguaçu, e também está disponível para download gratuito no catálogo da EDUNILA.
Protetor das Cataratas
“O papel fundamental de Dumont para que as Cataratas não estivessem em terras privadas é uma das partes destacadas do livro”, comenta o autor.
O escritor ressalta quando Alberto Santos Dumont se desloca de Buenos Aires especialmente para conhecer os saltos d’água. Na forma de pequenos ensaios, “os capítulos são encadeados de modo a realçar, cada qual, um aspecto da trajetória do célebre aviador, sempre relacionando com a terra de Naipi”, afirma o professor Micael.
Partindo do antigo distrito de João Gomes, no interior de Minas Gerais, passando por Paris, pelas Cataratas do Niágara, pelo Chile e pela Argentina, “o leitor é convidado a acompanhar os primórdios da aviação até a transformação do país, de Império escravocrata a uma jovem república moderna”, explica Andréia Moassab, coordenadora da EDUNILA. Fruto de anos de pesquisa do autor, “a narrativa descontraída não abre mão do rigor científico”, continua, “para articular fatos comprovados por fontes documentais”.

O presidente do Instituto 100fronteiras, Denys Grellmann, destaca a importância de apoiar obras como o livro “Santos Dumont nas Cataratas”. “Nosso apoio faz parte de um objetivo muito nobre do Instituto 100fronteiras de integrar a região da Tríplice Fronteira. E é por meio de projetos culturais como esse livro que buscamos contribuir com a cultura e a sensação de pertencimento da nossa comunidade. Santos Dumont é uma figura mundial, um brasileiro reconhecido por suas invenções e genialidade em todo o mundo, e ele teve uma passagem muito importante por Foz do Iguaçu”, explica.
Algumas curiosidades
Desde 1910 Dumont não voava mais. Em 1916 ele teve problemas na França por conta da I Guerra Mundial e voltou para o Brasil.
Nas Américas, Dumont era uma personalidade influente no mundo dos aeroclubes, quando os Estados ainda não controlavam a aviação.
Como articulador pela aviação, Dumont bolou um plano para colocar 10 mil aviões nos céus das Américas. Por isso foi ao Chile.
É possível que Dumont tenha recebido em Buenos Aires um folder com propaganda das Cataratas do Iguaçu.
Os cidadãos locais, o prefeito Jorge Schimmelpfeng e seu amigo Frederico Engel, ficaram dois dias com Dumont nas Cataratas e em algum momento convenceram o aviador que algo poderia ser feito para o turismo desenvolver a região.
Foz do Iguaçu tinha dois anos. O prefeito buscava a todo o custo fazer algo como uma estrada que chegasse ao Iguaçu.
Dumont deu uma pausa no megaplano e bolou outro plano: ir falar com o governador Affonso Camargo para que “se interesse pelos saltos”.
Em Curitiba, a conversa com Affonso Camargo teve um modelo: Niágara Falls.
Distante 8 mil quilômetros, as duas cataratas das Américas têm algumas semelhanças: turismo, lenda e fronteira.
Em Niágara, a lenda das cataratas também tem uma mulher protagonista, como a nossa Naipi, com a grande queda de água formada pela ação de uma serpente.
Tanto Iguaçu quanto Niágara estão em grandes regiões de fronteiras entre os maiores Estados da América do Norte (EUA e Canadá) e América do Sul (Brasil e Argentina).
(Com informações da UNILA e Instituto 100 Fronteiras))