Deputado londrinense diz que assumiu compromisso na Câmara de se dedicar integralmente à função e revela entendimento de composição entre PL e PSD nas eleições municipais
Diego Prazeres
Foto: Alan Santos/Gab. Filipe Barros
Ao assumir a liderança da oposição na Câmara dos Deputados, o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) disse em entrevista ao Paraná Norte nesta terça-feira (2) que o foco de sua atuação será na defesa das chamadas “pautas de costumes”, como a ideologia de gênero nas escolas, e contra o PL das Fake News, que foi retirado de pauta na Casa ano passado após forte pressão das big techs e da oposição e que o governo quer retomar.
Barros também praticamente descartou a possibilidade de disputar a prefeitura de Londrina por conta do compromisso que assumiu com os demais deputados oposicionistas de se dedicar integralmente à nova função. E de quebra revelou conversa entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Ratinho Jr. (PSD) no sentido de formar uma composição entre os dois partidos nas maiores cidades do Estado visando a eleição municipal.
Em Londrina, estão na briga pela indicação por parte do PSD os deputados estaduais Cloara Pinheiro e Tiago Amaral, enquanto o PL já havia anunciado como pré-candidato o atual diretor-presidente da Cohab Londrina, Bruno Ubiratan. A indicação do atual prefeito Marcelo Belinati (PP) é Maria Tereza Paschoal, secretária de Educação de Londrina, que se filia ao Partido Progressitas nesta terça (02) como primeiro passo na corrida eleitoral.
Como se deu articulação em torno de sua indicação como líder da oposição na Câmara e qual vai ser o foco da sua atuação?
É uma responsabilidade muito grande assumir a liderança da oposição, é a liderança que atua representando todos os deputados da oposição e é uma grande responsabilidade, principalmente considerando o momento em que estamos, é o pior momento do governo Lula. Segundo as pesquisas recentes divulgadas nesta semana e na semana passada, se a eleição fosse hoje o Lula perderia em qualquer cenário para qualquer candidato da direita – Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, Ratinho Jr…. Portanto, o governo está desidratando eleitoralmente, nós temos uma crise econômica que está chegando, com o maior deficit público dos últimos anos, superou o déficit da época da pandemia, superou o deficit da [ex-presidente] Dilma Rousseff, e nós temos os desafios nas pautas legislativas. O governo tem dito que quer avançar no PL 2.630, que é PL das Fake News, que nós somos contra, porque na prática instaura uma censura àqueles que pensam diferente do governo. Além dele, temos o Plano Nacional de Educação, em que estão sendo feitas conferências em todo o Brasil, e o governo vai querer incutir, como aconteceu no passado, ideologia de gênero, aborto, essas pautas que nós temos muito claramente que somos contra. Então, são pautas que teremos muitos desafios neste ano.
Com a visibilidade da função de líder da oposição, o senhor mantém a posição atual de não se lançar candidato a prefeito de Londrina?
Ao assumir o cargo de liderança de oposição, fiz um compromisso com todos os deputados de oposição de me dedicar exclusivamente a isso, o que vai me requerer muito tempo. Apesar de eu estar em primeiro lugar nas pesquisas, o que eu agradeço imensamente à população de Londrina, não consigo me candidatar a prefeito de Londrina sendo líder da oposição. Esse é o atual cenário. Nós temos o nosso pré-candidato, que é o Bruno [Ubiratan, diretor-presidente da Codel], temos também uma conversa entre o governador [Ratinho Jr.] e o presidente Bolsonaro que foi feita na semana passada de um alinhamento do PL com o PSD. Essas conversas ainda estão sendo feitas, mas já há esse pré-encaminhamento.
