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Oscilação em ranking do saneamento impõe desafios a Londrina

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Cidade, que já ocupou o segundo lugar no levantamento do Instituto Trata Brasil, precisa ampliar tratamento de esgoto e reduzir as perdas de água

Por Marcos Garrido/Especial para o Paraná Norte

Foto: Emerson Dias/Ncom

Pela primeira vez na história do ranking, houve empate nas primeiras colocações. Maringá, São José do Rio Preto e Campinas receberam um 10, a nota máxima do estudo em todos os oito indicadores. Para desempatar a 16ª edição do Ranking do Saneamento, divulgado anualmente pelo Instituto Trata Brasil, considerou-se a cidade com os maiores níveis de cobertura em três deles: Atendimento Total de Água, Atendimento Total de Esgoto e Tratamento Total de Esgoto. E a disputa foi ganha no detalhe.

Maringá, que tinha ficado em 14º lugar do Ranking de 2023, acabou pulando para a 1ª posição e tem hoje o melhor saneamento básico do país. Londrina já chegou a estar na 2ª posição, na edição inaugural da lista, em 2016, caiu para 19º em 2023 e subiu quatro colocações em 2024, chegando ao 14º lugar. A cidade está abaixo dos outros municípios mais populosos do interior do estado, como Cascavel, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu (veja box).

Apesar de ter registrado quase quatro vezes mais investimentos na área que a Cidade Canção, entre 2018 e 2022, Londrina perde em quase todos os indicadores. No caso do tratamento total de esgoto, por exemplo, em que Maringá tem 100% de cobertura, o município chegou a apenas 89% das residências atendidas. Londrina também registrou números piores nos indicadores de perdas na distribuição de água, 33,7% contra 23,3% de Maringá.

Indicadores

As 20 cidades com melhor saneamento do país*

1º Maringá/PR

2º São José do Rio Preto/SP

3º Campinas/ SP

4º Limeira/SP

5º Uberlândia/MG

6º Niterói/RJ

7º São Paulo/SP

8º Santos/SP

9º Cascavel/PR

10º Ponta Grossa/PR

11º Jundiaí/SP

12º Praia Grande/SP

13º Foz do Iguaçu/PR

14º Londrina/PR

15º Franca/SP

16º Montes Claros/MG

17º Campo Grande/MS

18º Aparecida de Goiânia/GO

19º Goiânia/GO

20º Piracicaba/SP

*Ranking Trata Brasil 2024

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Londrina no Ranking

2024 – 14º lugar

2023 – 19º

2022 – 19º

2021 – 17º

2020 – 13º

2019 – 15º

2018 – 13º

2017 – 9º 

2016 – 2º

Luana Pretto, presidente executiva do Instituto Trata Brasil, diz que a variação de Londrina no ranking não chega a ser expressiva e é natural, já que outros municípios vêm fazendo investimentos na área e, consequentemente, melhorando seus índices. “A disputa é bastante acirrada entre os 20 melhores e qualquer leve piora nos indicadores acaba fazendo com que o município perca algumas posições”.

A especialista diz que para subir mais no ranking Londrina necessita evoluir, basicamente, em dois indicadores. “A cidade precisa sair dos atuais 33% e chegar a 25% de perdas na distribuição, para atingir as metas do chamado Marco Legal do Saneamento Básico, e ainda passar dos 90% de cobertura no tratamento de esgoto, que atualmente é de 89%.”

A presidente do Trata Brasil afirma ainda que, “no caso de Maringá, em que todos os indicadores já estão atendidos, os investimentos acompanham apenas o crescimento orgânico da cidade e não têm um peso tão grande nos indicadores”.

O levantamento do Instituto Trata Brasil traz um panorama dos 100 municípios mais populosos do Brasil e leva em consideração os indicadores de 2022 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, o SNIS, publicado pelo Ministério das Cidades.

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Secretário defende melhorias no contrato com Sanepar

O secretário de Planejamento de Londrina, Marcelo Canhada (foto abaixo), destaca o fato da cidade ter voltado a subir algumas posições no ranking, mas defende investimentos maiores na área, principalmente no que diz respeito à Sanepar, para que o Município volte a figurar nas primeiras colocações da lista.

Marcelo Canhada, secretário de Planejamento / Foto: Emerson Dias/Arquivo NCom

Canhada afirma que a Prefeitura vem cobrando da empresa melhores resultados na execução do contrato, assinado em junho de 2016, ainda na gestão Alexandre Kireeff. “Não é o mais adequado. Na minha avaliação, faltaram discussão e transparência. Entre outras coisas, ele não permite, por exemplo, uma fiscalização mais efetiva do Município em relação aos serviços prestados. Além disso, as contrapartidas da empresa poderiam ser bem maiores.”

Outro problema, diz o secretário, é o tempo de vigência do contrato. Em princípio ele valeria até 2046, mas a empresa diz que vai até 2048. “Existe uma controvérsia em relação a esse aumento do prazo de duração. O Município não reconhece isso. É um imbróglio que vamos ter que resolver.”

Apesar dos problemas, Marcelo Canhada diz que a Sanepar está fazendo um grande investimento no chamado quadrilátero central de Londrina, para a troca de adutoras e tubulações antigas, o que deve reduzir as perdas na distribuição de água, um dos principais problemas apontados pelo Ranking de 2024. (M.G.)

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Cinco cidades do PR estão entre as 20 mais bem colocadas

Entre as 20 mais bem colocadas da lista, aparecem ainda, além de Londrina e Maringá, outras quatro cidades paranaenses: Cascavel, em 9º lugar; Ponta Grossa, na 10ª posição; e Foz do Iguaçu, em 13º lugar. Curitiba, pela primeira vez, ficou fora da lista das 20 melhores. A capital do estado caiu sete posições em relação a 2023 e passou a ocupar o 22º lugar, logo atrás de São José dos Pinhais.

A presidente executiva do instituto Trata Brail, Luana Pretto, ressalta que, assim como Londrina, Curitiba também apresentou uma leve piora nos dois indicadores de perdas de água, o que acabou rebaixando a cidade no ranking. “Fica agora o desafio para os outros municípios paranaenses, que já se encontram em uma excelente colocação, avançarem ainda mais e chegarem aos números de Maringá”. (M.G.)

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Fossa em 7.4% dos domicílios londrinenses

Dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em fevereiro deste ano, mostraram que 7,44% dos domicílios de Londrina ainda utilizam fossa ou algum tipo de buraco como esgotamento sanitário. (M.G.)

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Indicadores de Londrina

Atendimento total de água: 99,99%

Atendimento total de esgoto: 99,99%

Tratamento total de esgoto: 89,06%

Perdas na distribuição: 33,72%

Fonte: Instituto Trata Brasil

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