Por Diego Prazeres
Foto: Vivian Honorato/Ncom
Com candidata do prefeito definida, cenário começa a ser desenhado e podem influenciar escolhas do PL e PSD.
As cartas das eleições municipais em Londrina estão à mesa. Embora a campanha eleitoral comece oficialmente apenas em 16 de agosto, dá para dizer que o jogo começou de fato com o anúncio feito nesta semana pelo prefeito Marcelo Belinati (PP) de que a secretária de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, será a pré-candidata dele e do partido a sua sucessão na Prefeitura. Quem seria o indicado – no caso, a indicada – do chefe do Executivo neste início da corrida eleitoral era a pergunta mais recorrente nos bastidores da política local para que o cenário começasse a ser desenhado.
O anúncio pode inclusive influenciar as definições de PSD, do governador Ratinho Jr., e PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. As convenções partidárias ocorrem até 5 de agosto e o prazo para registro de candidaturas termina no dia 15 do mesmo mês.
O nome de Maria Tereza surge como um “elemento surpresa”, já que até então o mais cotado no grupo de Belinati era o secretário de Saúde, Felippe Machado, que ganhou visibilidade na gestão da pandemia da Covid-19 e esperava ser o escolhido do chefe. Interlocutores do prefeito dizem que pesquisas de avaliação determinaram a escolha dele (e do PP) pela secretária, que está à frente da Educação desde o início do primeiro mandato de Belinati, em 2017.
Com atuação política e experiência de gestão no interior paulista, Maria Tereza já foi filiada ao PSDB e chegou em Londrina há oito anos para assumir a secretaria após ser selecionada por meio um programa educacional de processo seletivo apresentado ao prefeito pelo ex-deputado e atual presidente da Codel (Companhia de Desenvolvimento de Londrina), Alex Canziani.
O PL lançou como pré-candidato o diretor-presidente da Cohab Londrina, Bruno Ubiratan, num movimento liderado pelo deputado federal Filipe Barros (PL-PR) e alardeado pelas lideranças da legenda como um “racha” provocado na gestão Belinati – já que Ubiratan, além de membro do primeiro escalão da administração, estava filiado ao PP.
No entanto, há quem aposte que a pré-candidatura do titular da Cohab seja apenas um “blefe” – algo comum em períodos de pré-campanha – e que o próprio Barros venha a ser confirmado como o concorrente pelo PL à sucessão de Belinati. Além de ser a principal liderança bolsonarista na região, ele vinha aparecendo em primeiro lugar nas primeiras pesquisas de intenção de voto divulgadas no segundo semestre do ano passado.
O jogo também ficará mais acirrado quando o PSD, de banca forte, definir seu candidato. Os deputados estaduais Tiago Amaral e Cloara Pinheiro foram citados pelo próprio governador Ratinho Jr. à reportagem do Paraná Norte como “bons nomes” ao ser questionado sobre as articulações do partido quando de sua vinda a Londrina, semana passada. Uma dobradinha Amaral/Cloara não estaria descartada. E há ainda Luísa Canziani, deputada federal e presidente da sigla em Londrina. As cartas estão à mesa. Faça a sua aposta.
Outros nomes, à direita e à esquerda
Campo majoritário na disputa eleitoral em Londrina, a centro-direita tem ao menos mais quatro eventuais pré-candidatos à prefeitura “correndo por fora” em relação aos representantes diretos do prefeito Marcelo Belinati, o governador Ratinho Jr. e do bolsonarismo.
O major Nelson Villa, ex-comandante do 5º BPM de Londrina e atualmente lotado em Curitiba, pode ser o nome do PSDB, ainda mais com o plano frustrado do ex-governador Beto Richa de se filiar ao PL. O atual deputado federal tucano é o principal cabo eleitoral de Villa, que por estar na ativa precisa dar baixa na PM para se filiar a algum partido.
O deputado estadual Tercilio Turini trocou o PSD pelo MDB também com a disposição de tentar a prefeitura londrinense, cargo para o qual ainda não concorreu. Representante da ala “kirefista” na cidade, o advogado André Trindade é o pré-indicado do União Brasil na disputa.
O Republicanos tem como pré-candidato o deputado federal Diego Garcia, presidente do diretório municipal do partido.
Entre os vereadores, por enquanto Mara Boca Aberta (sem partido) é a única que se lançou pré-candidata ao Executivo municipal. Ela, porém, vai ter que encarar o desgaste de ser alvo de uma Comissão Processante aberta pela Câmara Municipal que pode até resultar na cassação de seu mandato.
A esquerda por ora tem apenas um quadro na corrida eleitoral. O PT lançou a educadora Isabel Diniz como pré-candidata e espera angariar o apoio de partidos que fazem parte da base do governo Lula no Congresso, como PSOL, PSB e PCdoB.
Janela partidária intensifica dança das cadeiras na Câmara
Com a janela partidária prestes a ser fechada, os vereadores de Londrina têm intensificado a dança das cadeiras para que possam concorrer às eleições sem correr o risco de perder o mandato. O prazo para filiações termina em 5 de abril. Nesta semana, o PL ganhou o reforço de Nantes (ex-PP) e Santão (ex-Podemos), passando a contar com três representantes na Casa.
Num movimento contrário, Lu Oliveira anunciou que está trocando o PL pelo PP. A legenda do prefeito Marcelo Belinati, que já havia “tirado” a vereadora Professora Flávia Cabral do PTB, segue tendo a maior bancada no legislativo, agora com seis parlamentares.
O Republicanos, do presidente da Câmara, Emanoel Gomes, levou Deivid Wisley (ex-Pros) e Chavão (ex-Patriota), passando a contar com três vereadores.
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