Gleba Palhano e centro concentram maior número de unidades
Por José Marcos Lopes/Especial para a o Paraná Norte
Foto: Emerson Dias/Ncom
Londrina é a segunda cidade do Paraná com o maior índice de moradores em apartamentos, mostram dados divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2022. A cidade tem 29,6% de sua população vivendo em apartamentos, uma tendência dos grandes centros urbanos que se tornam polos de serviços, industriais ou universitários. Mas, segundo o Sinduscon Paraná Norte, o sindicato da construção civil na região, o crescimento não é só para cima: a expansão também é horizontal, com uma grande procura por condomínios de alto padrão.
De acordo com o IBGE, o índice de moradores de apartamentos em Londrina em 2022 foi o dobro do registrado no levantamento anterior, de 2010. A cidade fica acima da média do Paraná (13,2%) e da média nacional (14,8%) e atrás apenas de Curitiba (33,6%) no estado. Maringá (29,1%), São José dos Pinhais (23%) e Cascavel (21,4%) aparecem em seguida. O número de pessoas que moram em casas caiu no Paraná, de 91,6% para 84,3%, mas o estado ainda é o que mais tem pessoas morando neste tipo de imóvel.
Segundo o Sinduscon Paraná Norte, entre os fatores que levam à opção pelo apartamento estão a proximidade com as principais vias da cidade e a prestadores de serviço, além da infraestrutura dos novos empreendimentos, com áreas de lazer e espaços gourmet. “A segurança também é um fator bastante determinante”, diz a presidente do Sinduscon Paraná Norte, Celia Catussi. Ela cita uma pesquisa encomendada em 2021 pelo Sinduscon e pelo Sebrae-PR. “Entre os fatores decisórios para a compra do imóvel 41% dos entrevistados relataram segurança, enquanto 40% citaram a proximidade ao trabalho”.
Gleba e centro
As áreas com mais moradores de apartamentos na cidade são a Gleba Palhano, na zona sul, e o centro, segundo o Sinduscon. Celia Catussi avalia que a procura por apartamentos terá um aumento significativo em função do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, mas o setor ainda aguarda a conclusão do processo de aprovação da nova lei do Plano Diretor na Câmara Municipal, que vai dar a linha para o planejamento nos próximos dez anos. “O Sinduscon defende a expansão do perímetro de forma inteligente, com áreas próprias para industrialização e moradias populares”, afirma a presidente do Sindicato.
Apesar do maior índice de moradores de apartamentos na cidade nos últimos anos, em 2021 a entidade identificou um grande interesse por condomínios horizontais. A pesquisa feita em parceria com o Sebrae mostrou que 44% dos entrevistados procuravam casas para morar e 36% mostraram preferência por um apartamento. “A opção pelo apartamento é uma tendência na cidade, mas concomitantemente há um aumento da procura por condomínios horizontais com novos empreendimentos em diversas regiões da cidade, como na zona sul, por exemplo”, diz Celia Catussi.
A reportagem não conseguiu contato com o Sincil (Sindicato dos Corretores de Imóvel de Londrina).
Vocação para a verticalização
Para Roberta Costa Alves Nunes Mansano, diretora-executiva da construtora londrinense Vectra, a cidade tem uma vocação para a verticalização. “A década de 1970 foi de boom imobiliário de verticalização. É uma cidade com muitos aspectos de cidade cosmopolita, com um grande número de jovens e estudantes. Muitas pessoas fazem um upgrade e o apartamento passa a ser a saída ideal, porque tem segurança e conforto. É como se estivesse em uma casa, com piscina, sauna. Os edifícios têm esses atrativos”.
Para acompanhar esse ritmo, a Vectra tem lançado de duas a três torres por ano, segundo Roberta Mansano, com 50% das vendas ainda na planta. “A gente imagina a concorrência também nesse ritmo, com lançamentos que ultrapassaram os R$ 100 milhões no valor de venda. Temos percebido que a velocidade da venda tem se mantido muito boa, atingimos no primeiro ano acima de 50% da venda na planta”.
A diretora da Vectra avalia que nos próximos anos Londrina continuará vendo uma expansão em direção ao Sul. “Temos investido na continuação da zona sul, que é a Nova Prochet, e temos a Gleba Palhano, que é uma região muito grande que está se expandindo. A região sul tem se expandido em direção aos condomínios horizontais. O novo polo de expansão da Nova Prochet, que tem uma ligação com o Jardim Botânico, tem uma série de empreendimentos. A zona leste tem uma área forte e tem a zona norte. Londrina tem esses clusters, são públicos com outro perfil”. (J.M.L.)
Do primeiro imóvel ao alto padrão
Diretor-executivo da A.Yoshii, Luiz Rogério Venturini também avalia que a cidade sempre teve uma tendência à verticalização. O grupo tem empreendimentos de alto padrão na zona sul e também atua no segmento do primeiro imóvel, por meio da construtora Yticon, principalmente na zona oeste. Um dos destaques de alto padrão da A. Yoshii atualmente é o Vero Vitta, na Gleba Palhano, que está em fase de pré-lançamento, com unidades de 228 metros quadrados de área privativa e três vagas de garagem.
“Londrina sempre foi uma cidade fortemente verticalizada, tem forte tradição de grandes construtoras. O público sempre aceitou muito bem a verticalização”, diz Venturini.
A linha do primeiro imóvel, com preços mais baixos, também contribui para a grande verticalização verificada nos últimos anos. “Essa demanda pelo primeiro imóvel é muito grande. O governo federal e o governo do Paraná dão apoio e isso motiva as pessoas”, diz o diretor-executivo da A. Yoshii.
Se antigamente a segurança era vista como o grande fator que impulsionava a procura por apartamentos, hoje a praticidade e os espaços de lazer são o principal diferencial. “A segurança continua, mas hoje é principalmente a praticidade. O apartamento traz muita praticidade no dia a dia”, afirma Venturini. “Além de ser mais fácil fazer a manutenção. Em casa, toda hora o morador tem que chamar um pintor, por exemplo, a manutenção é constante. O condomínio faz boa parte das tarefas”. (J.M.L.)
Construção civil responde por 15% do PIB de Londrina
Atualmente o setor de construção civil responde por cerca de 15% do PIB de Londrina e gera dez mil empregos diretos, além de movimentar uma cadeia que envolve o varejo de materiais de construção e móveis. A cidade tem 921 empresas no setor (em toda a área de abrangência do Sinduscon Norte, com 87 municípios, são 2 mil empresas). No ano passado, segundo dados da prefeitura, foram construídos cerca de 1,5 milhão de metros quadrados em Londrina. Em janeiro o CUB (Custo Unitário Básico de Construção) era de R$ 2.213,67 no padrão NR-8 (o padrão normal de construção). O CUB representa custo para as empresas construírem, levando-se em conta mão de obra e insumos. (J.M.L.)
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no X(abre em nova janela)
- Mais
- Clique para enviar um link por e-mail para um amigo(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Mastodon(abre em nova janela)