Prefeito diz que filiação de secretário ao PL é “reconhecimento” a sua administração
Por Diego Prazeres
Foto: Cláudio Osti/Ncom
Pelo menos aparentemente, o prefeito Marcelo Belinati (PP) demonstra não estar incomodado com o movimento que outros partidos têm feito no sentido de lançar pré-candidatos de sua gestão à sucessão municipal. Em entrevista ao Paraná Norte, o chefe do Executivo de Londrina riu ao comentar sobre um possível racha que a recente filiação do diretor-presidente da Cohab, Bruno Ubiratan, ao PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado federal Filipe Barros tenha causado em sua administração. Ao anunciar a filiação de Ubiratan, Barros disse que o titular da Cohab é o pré-candidato do partido à corrida pela prefeitura em outubro.
“Eu até agradeço [a esse movimento do PL], porque é um sinal de que estão reconhecendo que a nossa gestão foi transformadora”, disse o prefeito, que garantiu que o PP também terá seu candidato.
O nome mais cotado nos bastidores políticos como o indicado de Belinati é o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, que ainda não tem filiação partidária.
Na entrevista, Belinati também falou sobre supostas articulações envolvendo seu nome como um candidato ao governo do Estado em 2026 e disse que o Paraná tem uma “dívida histórica” com o interior e defendeu que seja lançado um candidato com trajetória política fora da capital. Belinati ainda comentou o anúncio feito pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, quando de reunião com lideranças políticas de Londrina e região em Brasília, em fevereiro, de que as obras do Contorno Leste serão incluídas no lote 4 da nova concessão de pedágio. Confira a entrevista a seguir.
Como o senhor viu a filiação de um secretário da sua gestão, Bruno Ubiratan, ao PL e com as lideranças do partido o indicando a pré-candidato à prefeitura e falando em um racha na sua administração?
Não estou entendendo, têm vários secretários filiados a outros partidos, nosso vice-prefeito [João Mendonça], por exemplo, é pré-candidato pelo Podemos. Eu agradeço e sinto uma honra porque outros partidos estão reconhecendo que a administração foi transformadora, mudou a cidade, e estão buscando quadros dentro da administração como possíveis pré-candidatos a prefeito. Eu sinto isso como um reconhecimento da classe política a uma administração que mudou Londrina para melhor.
Mas no caso do Bruno Ubiratan, ele poderia ser o seu pré-candidato…
Veja, nós estamos em discussão de período pré-eleitoral, isso estamos analisando. Agora, eu sou filiado ao Progressista, que definiu que terá candidato nas maiores cidades do Estado, então é uma orientação partidária. Vai passar por várias discussões ainda, mas o Progressista terá candidato em Londrina.
O seu candidato será do PP?
Eu sou do Progressista.
O Felipe Machado [secretário de Saúde] seria o seu nome de preferência?
Têm vários nomes, vamos analisar.
O senhor pretende apoiar um candidato da sua gestão?
Tem que ter alguém que não deixe a peteca cair, é fato que Londrina mudou, é outra cidade, só não vê quem não quer ver ou é adversário político. Muito melhor em todos os aspectos. Tem problemas? Claro que tem, mas toda cidade também os tem. Londrina tem uma riqueza de nomes que poderiam ser um bom prefeito. Essa transformação não foi feita de maneira simples, custou muito caro, muito suor, muito trabalho. Qual a minha preocupação? É a cidade voltar para trás, voltar para aquele estado de coisas anterior, Londrina sofreu muito por muito tempo. Então, vamos indicar alguém que tenha condições de ser um bom prefeito, que possa dar continuidade a um trabalho de Londrina continuar a crescer. E qual o critério de escolha de candidato? Nós temos grandes deputados, grandes pessoas na sociedade civil organizada e grandes secretários aqui também. E dentro desse contexto que teremos um candidato.
O senhor está falando no PP, mas há setores apontando sua aproximação com a centro-esquerda, ao próprio governo Lula, e que estaria em entendimento com o PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin. Existem esse movimento e a sua intenção de disputar o governo do Estado com essa aliança em 2026?
Existe na cabeça dos políticos, e como é fértil a cabeça dos políticos em soltar boato e contar história. Eu me dou bem com todo mundo e meu papel como prefeito é esse, aqui é uma instituição. Independente de quem esteja no governo federal, no governo estadual, quem seja o deputado, tenho o meu papel como prefeito de ter uma boa relação com os nossos governantes e as lideranças pelo bem da cidade. Na eleição presidencial de 2022, recebi aqui todos os candidatos. Alguns criticam, mas esse é o meu papel institucional, tanto que todas essas conquistas que Londrina tem tido dependem dos governos. Em relação ao estado do Paraná, creio que ele tem uma dívida histórica com o interior. Por muitos e muitos anos toda a infraestrutura das cidades do interior para receber indústria, crescer, desenvolver, escoar a safra para a produção, foi deixada em segundo plano na questão do interior do estado. E eu defendo que haja um resgate do interior.
E que haja um nome do interior como candidato ao governo?
Eu creio.
E o senhor como potencial nome?
Não necessariamente eu, mas creio que é imperativo ter um nome do interior, porque faz mais de 40 anos que não temos um governador vindo do interior do estado. O último governador que morava no interior foi o José Richa e lá se vão 40 e tantos anos. Havia uma necessidade de um desenvolvimento da região metropolitana de Curitiba, era importante para o crescimento do estado, mas o crescimento do interior, a estruturação, acabaram ficando em segundo plano. Nos últimos anos isso tem se tentado resgatar isso, mas existe uma dívida histórica.
Sobre o Contorno Leste, após a reunião do ministro Renan Filho com o senhor e demais lideranças políticas da região, em Brasília, em fevereiro, há garantia de que a obra será incluída no lote 4 da nova concessão do pedágio?
O ministro colocou que sim. É uma obra importante para o desenvolvimento de todo o Norte do Paraná, cria uma alternativa de deslocamento de todos que vêm ali de Cornélio Procópio, Santo Antônio da Platina, Jacarezinho, e que eventualmente vão para Curitiba, de não passarem por dentro de Londrina. Ou seja, eles vão contornar, porque vai sair da BR- 369, em Ibiporã, e vai até a PR-445, na saída para Curitiba. O ministro colocou, claro, que essas análises começam a ser feitas agora. Eles [União] estavam finalizando o lote 3 e o lote 5. E a previsão é os estudos do lote 4 serem feitos durante este ano para a concessão ser realizada em 2025 já com todas essas obras previstas. E o lote 4 contempla obras em várias regiões do estado e não contemplava nenhuma aqui na nossa região.
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