Da Redação
Fotos: Agência UEL e internet
No próximo mês de abril, a estudante do programa de pós-graduação em Genética e Biologia Molecular da UEL Thainá Bisson Ferraz Lopes embarca para a República Tcheca para um período de um ano de estudos na Czech Academy of Sciences (CAS). A estudante deverá fazer o pós-doutorado analisando as influências das mudanças climáticas na genética do bicho da seda. A pesquisa será financiada com recursos do CNPq, por meio do edital de Apoio a Projetos Internacionais de Pesquisa Científica, aprovado no ano passado.
Esta é a segunda vez que Thainá, egressa da graduação em Biologia na UEL, estará na CAS, localizada em Praga, capital do país europeu, para desenvolver estudos sobre as implicações das altas temperaturas na produção comercial do bicho da seda. O projeto envolve a UEL, a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e a CAS, que desde 2021 realizam análises em genômica e bioinformática para estudar genes do bicho da seda. O objetivo é buscar soluções para a cadeia produtiva.
Thainá explica que a expectativa é aprender novas técnicas de genética e biologia molecular, dando continuidade a estudos desenvolvidos durante o doutorado no programa de pós-graduação em Genética e Biologia Molecular. Ela deverá trabalhar juntamente com o pesquisador da CAS Michal Zurovec. A ideia é buscar aprimoramento para a raça comercial utilizada nas pequenas propriedades que criam o inseto.
O Brasil é o quinto produtor mundial de casulos verdes do mundo, sendo que a maior parte da produção está concentrada no Estado do Paraná e envolve cerca de 1,8 mil produtores familiares. Diante da restrição de matéria-prima, a perspectiva de exportação para o ano passado era de 300 toneladas de fios de seda. A única indústria de fiação no País, a Bratac Fiação de Seda, está instalada na região Oeste de Londrina e opera com menos de 50% da sua capacidade de produção.
Projeto
A professora Renata da Rosa, do Departamento de Biologia Geral (CCB), afirma que esta segunda estada da estudante da UEL na República Tcheca deverá fortalecer o vínculo com a CAS, considerada uma referência na pesquisa do bicho da seda. Ela explica que as altas temperaturas afetam a produção da lagarta, reduzindo a qualidade do produto final. Os estudos buscam mitigar o efeito do calor na criação comercial. Uma das ideias é comparar o desempenho com outras espécies, criadas em áreas quentes, como na Índia, por exemplo.
Para o colega de departamento de Renata, Rogério Souza, a importância em manter uma pesquisadora no exterior está na possibilidade de aprimorar novas técnicas para serem utilizadas futuramente na pesquisa desenvolvida na UEL. A Universidade mantém, desde 2016, o projeto Seda Brasil – O Fio que Transforma, composto por professores de várias áreas (Design, Biologia, Química e Zootecnia) e que busca fomentar uma rede econômica e produtiva com o intuito de incentivar novos empreendedores a desenvolverem a cadeia da seda de forma sustentável.
Segundo a professora Cristianne Cordeiro Nascimento, do Departamento de Design (Ceca) e coordenadora do projeto, diante do potencial da sericicultura, a iniciativa da UEL pretende incentivar novos empreendedores. Ela explica que a seda se destina ao mercado de alto luxo, utilizada na confecção de acessórios, lenços e gravatas. Apesar de deter apenas 5% do total da produção mundial, a seda brasileira é considerada de alta qualidade pela tonalidade clara, cumprimento e tensão do fio.
(com informações da Agência UEL)
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