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“Estou à disposição dos advogados, o que eles decidirem fazer eu faço”, afirma Bolsonaro

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Ex-presidente foi alvo de operação da PF sobre atos de 8 de janeiro de 2023 e teve passaporte apreendido

Da Redação

Foto: Marcos Correa/PR

Alvo de operação da Polícia Federal e de apreensão de passaporte nesta quinta-feira (8), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse estar “à disposição dos advogados”. A informação foi divulgada pelo Estadão, em coluna à jornalista Roseann Kennedy.

Segundo o Estadão, Bolsonaro continuará na casa em que passa férias na Região dos Lagos, no litoral do Rio, aguardando as orientações dos seus advogados. “Estou à disposição dos advogados, o que eles decidirem fazer eu faço. Estou sem clima. Estou em casa, não vou pescar, não vou fazer nada”, afirmou em conversa por telefone com ao jornal.

De acordo com Paulo Bueno, advogado do ex-presidente, a certidão de entrega do passaporte já foi emitida, que estava em Brasília. Bolsonaro afirma não ter conhecimento sobre a investigação e alegou se sentir perseguido. “Vamos buscar acesso ao inquérito, do que se trata. Por enquanto está uma incógnita aqui. Não tenho acesso ao que é, qual o motivo da busca e apreensão e o que está sendo investigado. Me perseguem o tempo todo”, disse ao Estadão.

Heleno sondou Abin para infiltrar agentes em campanhas de rivais de Bolsonaro

Por Rayssa Motta, Rubens Anater, Fausto Macedo e Pepita Ortega/Estadão Conteúdo

Provas recuperadas pela Polícia Federal (PF) na investigação sobre o plano golpista que teria sido orquestrado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por seus aliados mais próximos colocam o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), no centro das articulações para tentar manter o grupo político no poder.

“O que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições”, disse então chefe do
GSI em 2022, Augusto Heleno, segundo provas recuperadas pela PF
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Antes mesmo das conversas para baixar um decreto que anulasse o resultado da eleição, após o segundo turno, o comandante do GSI teria defendido que o governo se antecipasse para “virar a mesa” antes da votação. Heleno também afirmou que era necessário agir “contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas”

“Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições”, afirma Heleno.

“Eu acho que as coisas têm que ser feitas antes das eleições. E vai chegar a um ponto que nós não vamos poder mais falar. Nós vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas. Isso pra mim é muito claro”, segue o general.

As declarações ocorreram em uma reunião em julho de 2022 e foram descobertas porque a PF teve acesso a um vídeo ao encontro. A gravação estava em um computador apreendido na casa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou delação premiada.

A Polícia Federal também afirma que o general Augusto Heleno diz na reunião que conversou com o então diretor da Agência Brasileira da Inteligência (Abin), Vitor Carneiro, sobre a possibilidade de “infiltrar” agentes nas campanhas eleitorais dos adversários de Bolsonaro.

“Nesse momento, o então presidente Jair Bolsonaro, possivelmente verificando o risco em evidenciar os atos praticados por servidores da Abin, interrompe a fala do Ministro, determinando que ele não prossiga em sua observação, e que posteriormente ‘conversem em particular’ sobre o que a Abin estaria fazendo”, descreve a PF.

A Abin está no centro de suspeitas de aparelhamento e monitoramento ilegal de autoridades no governo do ex-presidente

Operação

As revelações sobre a atuação de Heleno aparecem na decisão do ministro Alexandre de Moraes que levou a Polícia Federal a deflagrar nesta quinta (8) a Operação Tempus Veritatis (a hora da verdade, em latim), que mirou aliados do ex-presidente suspeitos de envolvimento na empreitada golpista. Entre os alvos da operação, estão o próprio Bolsonaro, Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Valdemar Costa Neto, Paulo Sérgio Nogueira e Almir Garnier Santos.

Os investigados afirmaram, via defesa, que vão cumprir as determinações impostas pela Justiça, mas que ainda não tiveram acesso às investigações para saberem o que pesa contra cada um deles. Heleno ainda não se manifestou.

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