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Empresa da família de procurador de Arapongas é investigada pela PF

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Operação apura falsificação clandestina de alimentos para animais e Selos de Inspeção Federal; uma das firmas no alvo tem como sócia-proprietária mãe de Gabriel Esper

Por Thamiris Geraldini

Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária, deflagrou nesta quarta-feira (31) a operação Ronda Agro, em que cumpriu oito mandados de busca e apreensão em Arapongas expedidos pela Justiça Federal de Londrina.

Uma das empresas investigadas, Bovibras Nutrição Animal, tem como sócia-proprietária Ariana Esper Schneider Duarte, mãe do procurador jurídico do município, Gabriel Esper.

Segundo a investigação, um grupo de pessoas da mesma família teria aberto formalmente quatro empresas em Arapongas para fabricação e comercialização de suplementos minerais e produtos terapêuticos utilizados na alimentação animal (foto acima). No entanto, a fabricação dos produtos seria indevida, já que não constavam registros legais que são emitidos somente pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.

“As empresas falsificavam Selos de Inspeção Federal (SIF) com o objetivo de simular a regularidade da produção. Também há indícios de que os insumos utilizados na fabricação dos produtos sejam de origem estrangeira, importados clandestinamente”, informou ao Paraná Norte o delegado da Polícia Federal responsável pelo caso, Joel Moreira Ciccotti.

A maior parte das empresas tem sedes formais em endereços residenciais, havendo indícios de que sejam empresas de fachada. Em registro oficial, o CPNJ da Bovibras Nutrição Animal está, inclusive, sediada no endereço residencial dos pais do procurador do município.

Procurado pela reportagem, Esper negou qualquer relação com as empresas investigadas e preferiu não se manifestar sobre a sede de uma delas estar situada no endereço residencial da sua família.

Sob posse dos materiais apreendidos, como computadores, documentos e celulares, a Polícia Federal seguirá com as investigações. Se comprovada a prática ilícita, os investigados poderão responder pelos crimes de falsificação e adulteração de produtos alimentícios ou medicinais e falsificação de selo público, cujas penas máximas, somadas, podem chegar a 29 anos de prisão.

Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Arapongas informou que apesar de ter conhecimento do caso envolvendo a família do Procurador, “não há até a presente data nenhuma denúncia ou investigação em curso contra o servidor” e que seguirá acompanhando os desdobramentos da operação, e, caso haja necessidade, “voltará a público para se pronunciar ou tomar outras medidas cabíveis”.

Busca e apreensão

Os mandados de busca e apreensão foram realizados em endereço central na cidade de Arapongas, onde um dos parentes dos investigados também possui uma sede comercial. Segundo Cezar Khali Esper, proprietário de uma loja de adesivos no mesmo prédio, a família divide estabelecimentos no endereço por questões legais relacionadas à herança familiar. “Não temos relacionamento próximo e nenhum envolvimento com o caso. Os apartamentos, localizados no mesmo prédio, foram herdados pela família e, por isso, as empresas dividem o mesmo endereço”.

O apartamento era utilizado como escritório da Bovibras, mas está sem atividade há quase dois anos. Khalil alega que seu único vínculo relacional com a empresa foi quando, à época, foi solicitada a produção comercial de adesivos para veículos e para os vidros da fachada da empresa. “Nunca produzimos nenhum tipo de selo ou rótulo para a Bovibras”.

*A reportagem cometeu um equívoco em relação a divulgação da foto residencial, publicada em versão inicial e já excluída após identificação dos proprietários. A foto anterior é de uma residência localizada na rua Papagaio Grego, localizada na rua de cima à residência de propriedade dos familiares do Procurador Jurídico, Gabriel Esper.

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