fbpx

Pré-campanha em Londrina é marcada pela indefinição de Belinati

WhatsApp
Facebook
LinkedIn
Com governo aprovado por 71% da população, prefeito inicia o ano eleitoral sem decidir quem vai apoiar na sucessão

Por Nelson Bortolin

Foto: Devanir Parra/CML

Quem o prefeito Marcelo Belinati (PP, foto acima) vai apoiar como candidato a sucedê-lo? Essa é a grande incerteza da pré-campanha eleitoral em Londrina. À frente de uma administração com 71% de aprovação, segundo o último levantamento da Paraná Pesquisa, realizado em dezembro, ele ainda não decidiu.

A votação para prefeitos e vereadores está marcada para 6 de outubro em primeiro turno. Se nenhum candidato conquistar 50% mais um dos votos válidos, a segunda rodada será dia 27.

De acordo com as regras já estabelecidas, os partidos ainda têm muito tempo para definir seus candidatos (até 5 de agosto), mas os nomes que vão disputar os cargos majoritários costumam ser definidos bem antes.

Há pelo menos três pré-candidatos dentro da administração municipal. Um deles é o vice-prefeito João Mendonça, do Podemos, que aparece em segundo ou terceiro lugar na última pesquisa, dependendo do cenário.

Três secretários de Belinati, Felippe Machado (Saúde), Fábio Cavazotti (Gestão Pública) e Bruno Ubiratan (Cohab), têm seus nomes citados nos bastidores da política. Eles não foram incluídos na última rodada da Paraná Pesquisa.

O levantamento estimulado traz, em primeiro lugar, o deputado federal Filipe Barros (PL), com 31,2%; o deputado estadual Tiago Amaral (PSD) em segundo, com 24,4%; João Mendonça, com 7,3%; o ex-presidente da Associação Comercial e Industrial (Acil), Fernando Moraes (sem partido), com 6,3%; e a educadora popular Isabel Diniz (PT), com 6,2%.

O instituto experimentou outros dois cenários: um sem Tiago Amaral e outro sem Filipe Barros. No primeiro, Barros chega a 43,1% e João Mendonça assume a vice-liderança, com 10,8%. Sem Barros, Amaral sobe a 37,5% e Mendonça permanece estável, com 10,6%.

Disputa no PP

Partido de Belinati, o PP vive uma disputa interna no diretório municipal para lançar seu candidato. O presidente da sigla na cidade, deputado federal Marco Brasil (PP), possível concorrente na disputa, chegou a se manifestar publicamente no final do ano passado contra o apoio de alas do partido a uma virtual candidatura de Bruno Ubiratan.

“PL terá candidato”, diz Barros

O deputado federal Filipe Barros (PL) não quis conversar com a reportagem sobre a disputa municipal. Preferiu enviar uma nota na qual lembrou ter sido vereador e estar no segundo mandato como deputado federal. “Esses levantamentos (pesquisas) corroboram com a posição que fechamos no PL, com apoio do nosso líder Jair Bolsonaro e do presidente Valdemar Costa Neto: teremos candidato em Londrina.”

Filipe Barros (PL) lidera última pesquisa de intenção de voto
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O deputado é um dos principais defensores do ex-presidente no Congresso. “Se o nome será o meu ou de outro quadro à altura das demandas da cidade, isso vai ficar a cargo das agendas partidárias dos próximos meses, que não serão feitas só internamente, mas também em busca de alianças com outras siglas e lideranças de direita”, complementou.

Barros poupou a administração de Belinati, dizendo que Londrina “avançou nos últimos anos”. E ressalvou: “Mas é possível dar passos largos para que nossa terra tenha mais poder de voz em Brasília e Curitiba. Só assim vamos liderar tanto o Norte quanto o interior do Paraná para, sobretudo, tirar do papel projetos de infraestrutura e de atração industrial que há décadas são esperados pela população daqui e da região.” (N.B.)

Amaral aposta em apoio de Ratinho Jr.

Vice-líder na pesquisa de intenção de votos da Paraná Pesquisa em dezembro, o deputado estadual Tiago Amaral (PSD) diz que sua disposição para disputar a prefeitura é “total”. “Ser prefeito é um dos objetivos da minha caminhada política”, garante ele, que já havia concorrido em 2020 e ficou em quinto lugar.

O parlamentar considera que está no seu melhor momento político e sustenta contar com o apoio do governador Ratinho Junior (PSD), que é do mesmo partido. “Meu nome é um nome muito forte junto ao grupo em torno do governador”, alega.

Tiago Amaral (PSD) acredita em disputa sem Filipe Barros
Foto: Valdir Amaral/Alep

Amaral conta que tem conversado com Filipe Barros sobre as eleições. “Nós temos uma conversa muito próxima, estamos fazendo as melhores tratativas. E eu acho que existe uma grande possibilidade de estarmos juntos nesta eleição, de não disputarmos um contra o outro”, destaca. Nos bastidores políticos, a avaliação é de que para o deputado ser candidato sem Filipe no páreo teria que se filiar ao PL, já que o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro não abre mão de disputar a prefeitura.

Sobre a atual administração, Amaral considera que a cidade “vive um bom momento”, mas ressalta que Londrina precisa da nova geração de políticos. (N.B.)

Moraes afirma ter conversas com o prefeito

Enquanto o vice-prefeito João Mendonça (Podemos) e alguns secretários municipais evitam se pronunciar sobre suas pré-candidaturas, o ex-presidente da Acil e atual presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), Fernando Moraes, alega que pode receber o apoio de Marcelo Belinati (PP). “Estamos conversando com o prefeito, mas ainda não definimos”, afirma o empresário que nunca disputou um cargo público.

Ele conta ter se aproximado do prefeito durante a pandemia da Covid-19. “Tivemos uma relação muito boa na pandemia, quando eu era presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina).”

O empresário ainda não se filiou a nenhum partido, mas diz já ter sido convidado pelo deputado maringaense Ricardo Barros para ingressar no PP. E também teria recebido convite do deputado cassado e ex-procurador da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, para se filiar ao Partido Novo. (N.B.)

Pré-candidatas na oposição a Belinati

No campo de oposição à gestão Marcelo Belinati surgem dois nomes como pré-candidatas. A educadora Isabel Diniz afirma que o PT de Londrina já definiu por candidatura própria e referendou o nome dela na disputa. Ela aposta numa divisão do bolsonarismo que possa ajudar a alavancar a candidatura do partido. E a vereadora Mara Boca Aberta (Avançou) anunciou neste mês que também concorrerá. Uma das mais críticas à administração municipal na Câmara, ela, no entanto, é mais alinhada ao bolsonarismo, assim como o marido, ex-deputado federal Boca Aberta (Avante).

Embora o prefeito não se defina desta forma, a petista Isabel Diniz o inclui como bolsonarista. “O Bolsonarismo está dividido entre vários pretendentes. A briga acontece entre eles, para ver quem será ungido pelos líderes Marcelo Belinati, Ricardo Barros, Ratinho Junior e Bolsonaro. Não parece que conseguirão unificar em um nome.”

A educadora acredita que possa atingir o eleitorado conservador de Londrina, que votou maciçamente em Bolsonaro, com diálogo. “Nosso diálogo será com todos os londrinenses, que sempre demonstraram sensibilidade cristã, humana e compromisso social.”

Ela mantém um discurso de forte oposição a Belinati. E cita as famílias que vivem em ocupações e a população em situação de rua na cidade. Para Diniz, são pessoas “completamente abandonadas pelo governo Marcelo Belinati”. Já Mara Boca Aberta tem atuado no legislativo em comissões com visibilidade, como a do transporte público, na qual é crítica ao modelo de gestão da prefeitura. (N.B.)

Ex-comandante do 5º BPM pode ser candidato do PSDB

Quem também não aparece na pesquisa, mas se coloca como pré-candidato, é o tenente-coronel Nelson Villa, ex-comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar. Por meio do WhatsApp ele explicou por que pretende entrar para a política: ”O motivo, entre outros, é que sou londrinense e tenho um amor genuíno pela cidade. E acho que tenho a experiência e os atributos necessários para fazer uma boa administração. Conheço a realidade da população londrinense. Nasci na periferia de Londrina e sofri com as mazelas da cidade. Me sinto um representante de todas as classes”, alega.

Ele diz que sua candidatura “já está praticamente certa”. Ligado ao PSDB, só poderá se filiar à legenda quando se licenciar da PM. “Embora minha aproximação hoje seja junto ao PSDB, sou uma pessoa de direita e muitos de meus valores são ostentados pelo bolsonarismo. Acho que há sim espaço para disputar como um candidato de direita”, afirma, se referindo a Filipe Barros. (N.B.)

Nada a declarar

O advogado André Trindade, do União Brasil, que também tem o nome citado como pré-candidato, preferiu não se manifestar. Procurado, disse que não iria se pronunciar a pedido do departamento jurídico do partido. Trindade é ligado ao ex-prefeito Alexandre Kireeff e ao senador Sérgio Moro. O vice-prefeito e os dois secretários municipais citados na reportagem também foram procurados, mas não retornaram o contato. (N.B.)

Relacionadas

Receba as notícias direto no seu Whats!

Expediente

Siga-nos