Emanoel Gomes diz que Republicanos lançará o deputado federal Diego Garcia para prefeito da cidade
Por Marcos Cesar Gouvea
O presidente da Câmara de Londrina, Emanoel Gomes (Republicanos), afirmou ao Paraná Norte em entrevista concedida no último dia 24 de janeiro que os vereadores londrinenses estão comprometidos em debater – inclusive nas audiências públicas -, analisar, votar e aprovar o escopo das leis complementares na revisão do Plano Diretor municipal. E garantiu que a corrida eleitoral não vai comprometer o trabalho legislativo.
No ano passado, diferente do que havia sido planejado, os vereadores aprovaram apenas uma das nove leis complementares previstas no Plano – a que trata da Divisão Territorial (PL nº 111/23). Para este último ano da atual legislatura, eles têm que votar as leis do Sistema Viário, do Parcelamento do Solo e de Uso e Ocupação do Solo, além dos códigos Ambiental, de Obras e Edificações e de Posturas, e o texto de Preservação do Patrimônio Cultural.
Segundo o presidente da Casa, seus colegas de Câmara vão tentar a reeleição, inclusive ele próprio, e anunciou o nome do companheiro de partido e deputado federal Diego Garcia como pré-candidato a prefeito de Londrina pelo Republicanos.
Pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Gomes destacou que nunca usou o vínculo religioso em sua atuação política e se declarou avesso a radicalismos. Há 13 anos em Londrina, ele está no terceiro mandato e iniciando o segundo ano na presidência da Câmara. O republicano se definiu como um político “na linha do meio do conservadorismo” e afirmou que é preciso bom senso para superar a polarização política no país.
A Câmara tem um trabalho pesado que é aprovar as outras leis complementares do Plano Diretor. Ano eleitoral, vai dar tempo?
Os vereadores de Londrina são 19 e eles estão comprometidos e muito com a cidade. Nós temos aí oito leis complementares para serem aprovadas e nós não vamos deixar o trabalho do poder Legislativo ser prejudicado por causa dessa corrida eleitoral. Eu quero dizer com isso que nós vamos ter as audiências públicas, vamos ouvir a população. Vamos ter as indicações que eles fizerem para serem analisadas dentro das comissões. E com relação ao Plano Diretor nós vamos colocar todas as forças para entregar esse plano até o final do ano, 100% para a população. Então não haverá nenhum tipo de comprometimento.
A maioria dos vereadores vai tentar a reeleição. Obviamente o senhor é pré-candidato.
Eu sou pré-candidato à reeleição sim, e acredito que os demais pares também irão para reeleição.
Foram muitos os vereadores que disputaram a última eleição para deputado e ninguém se elegeu. Vocês fizeram uma análise disso, o resultado está relacionado à performance dos vereadores na Câmara?
Eu não acredito que seja questão da performance dos vereadores. Nós integramos vários partidos e nós saímos por solicitação dos nossos partidos. Eu saí candidato a deputado estadual. Não me elegi deputado estadual, diga-se de passagem. Fui o que tive menos votos, mas mesmo acontecendo isso, por exemplo, eu acabei trabalhando e assumindo a presidência da Casa. O nosso projeto político dentro do Estado foi vencedor. Eu acredito que com os demais vereadores não foi diferente. Eles saíram, colocaram seus nomes à disposição porque acreditam em seus objetivos. Não se elegeram deputados, mas fortaleceram suas bases, trouxeram outras lideranças para apoiá-los. Eu acredito que na política só perde quem não participa, quem não não se disponibiliza. Foi uma experiência positiva.
Falando nisso. A sua posição pessoal em relação à sucessão municipal, qual a posição do seu partido? Tem um pré-candidato?
O Republicanos irá lançar candidato majoritário. Nós estamos trabalhando uma chapa robusta, forte, com bons nomes para a Câmara. Hoje somos dois do Republicanos na Câmara, eu e o David Wisley. E o vereador Chavão (Thiago Henrique de Souza) também virá para o Republicanos na janela eleitoral, então teremos três vereadores. E diante disso estamos montando também uma chapa com outros nomes fortes que virão.
É uma chapa para o Legislativo.
Para o Legislativo, mas com apoio ao Executivo. Nós vamos ter um candidato majoritário, deputado federal Diego Garcia (Republicanos).
Tem o pré-candidato a vice já?
O vice não, está aberto para aqueles partidos que a gente possa trazer, é ter um bom nome para compor a chapa.
E quanto à questão da defasagem de vagas na Câmara. Vocês cogitam o aumento do número de cadeiras?
Nós falamos sobre a questão de fixação do orçamento para a próxima legislatura e de como que eles vão trabalhar. Porque essa legislatura é que determina como a próxima irá trabalhar. Isso leva à questão do subsídio e à questão do número de vagas. Eu sempre deixei muito claro nas minhas entrevistas que nós iríamos trazer esse diálogo com a Mesa Diretora, que chegou ao consenso de não avançar com o aumento de número de vereadores. Porém, no início do ano agora, para os próximos meses, nós vamos sim, fixar para próxima legislatura o subsídio de quanto que eles irão ganhar. Isso cabe à Mesa decidir, isso junto com o plenário, que é soberano. então nós vamos fazer esse movimento em momento oportuno.
Pastor, embora licenciado, político com mandato, e presidente da Câmara. Em uma posição privilegiada de analisar o comportamento da sociedade. Na última houve um acirramento de ânimos, uma polarização inédita. Acha possível superar isso, uma reconciliação, e fazer a política com mais civilidade?
Primeiramente eu quero deixar claro o meu ponto de vista. Eu não estou aqui pastor. Ou cristão, ou católico. Eu estou aqui o Emanuel vereador. Eu coloquei o meu nome Emanoel Gomes à disposição para ser vereador.
Não usou o pastor Emanoel?
Não, nunca usei isso porque as pessoas têm que conhecer o ser humano, quem vai ser vereador, quem eventualmente vai estar à frente do poder Legislativo. Então é o Emanoel que tem caráter, que tem família, é o Emanoel que tem uma só palavra, é o Emanoel que tem uma história de vida, de muitas lágrimas, mas também de muitas alegrias. Eu quero deixar isso muito claro com relação a minha visão de político. Em relação ao cenário que a gente vive, de polarização de direita e de esquerda e desse radicalismo, eu sou contra isso. Eu acho que você tem que ter bom senso. Você tem que ponderar bem as coisas. A direita radical se manifesta e faz coisas que eu sou totalmente contra. E eles estão errados. Como também há coisas que a esquerda radical faz e manifesta que eu estou totalmente contra. Mas ambos fizeram coisas que eu apoiei, que eu sou a favor. Então eu acho que numa administração existem acertos e erros. Eu procuro sempre trabalhar nessa linha do meio do conservadorismo. Porque eu sou conservador, mas com bom senso. Eu sou contra o radicalismo.
